segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

2012 não será amanhã...


Já pensou se o mundo resolve simplesmente desabar. Sem aviso algum. Simplesmente desaba e tudo acaba. Justo hoje. Então você, que está feliz e tem a vida como sempre sonhou ter, vai pensar, porque não amanhã? Porque justamente hoje?

As flores que você comprou logo cedo para aquela pessoa amada nunca serão entregues. O carro novo que você iria buscar lá na concecionária nunca será testado. O jardim que você jurou que iria começar a cuidar vai ficar na sua imaginação.

Não vai dar tempo, então você vai pensar, porque eu deixei para amanhã?
Então, eu acordo pensativa e digo logo para mim: vou por logo a roupa no varal, a comida no fogo, o gato pra fora. Vou ler as primeiras páginas rapidamente e depois as últimas. Vou engolir um gole de café ainda quente. Comer com vontade aquele pãozinho quente com manteiga derretendo nele. Vou pregar uma bela peça no tempo e serei, muito, mais muito mais rápida que ele. É isso. Vou ousar nos meus passos, gastar aquele maldito dinheiro que passei anos juntando para algo que eu nem mais me lembro pra que era... Vou ser feliz nessa última hora... Então vou ligar para aquele homem lindo, grisalho que eu conheci na noite da última sexta feira. Vou ao cinema assistir um romance barato que na certa vai me fazer chorar. Ligarei para todos os amigos, combinarei um jantar e passarei a tarde toda na cozinha preparando a ceia.

Dane-se o trabalho, estou com febre. Meu corpo queima, arde ao lembrar de tantas coisas que eu não fiz porque não tinha tempo. Tempo? Esse monstro insano reinando sobre seus ponteiros.

Quer saber, eu vou cultivar um lance, ainda que seja num estalo, num susto, ao som de Nat King Cole que irá dizer no final da noite When I fall in love/It will be forever/Or I'll never fall in love e eu vou chorar por saber que estou em teus braços, finalmente, depois de tanta fuga. Vou querer tropeçar em muitos beijos, rasgar a roupa, a pele, a alma. Me virar no avesso e ser assim, sem medidas cautelosas...

E mesmo que aconteça um engasgue, um medo infantil, que o meu corpo trema numa dança desengonçada, sem graça, imatura. Não quero ser interrompida. Quero ser roteiro de filme meloso, com direito a um despertar lento e desajustado, daqueles que você pensa estar em qualquer lugar, menos onde realmente está. Quero me ver feliz pela surpresa, pela taça de vinho onde sobram gotas que você busca com vontade... Tudo isso é urgência - de segundos - que seja...

Eu não vou mais esperar sentada, vai que de repente o mundo desperta zangado e tudo a minha volta, se acabe: sem fórmulas, receitas, telegramas, mensagens de e-mails ou posts chatos em blogs sem sentido algum.

Não vou esperar não ter mais tempo para viver.
Meu 2012 acabou de começar...

4 comentários:

Suzana Martins disse...

O meu tbm...

Pra que esperar, não é?!

Beijos linda!^^

Francys Oliva disse...

Bela decisão, sempre viver mais e mais...Uma perguntar já foi para 2012?Hum, Então como foi o seu 2011(rs)? Espero que tenha sido intenso e saboroso.
bjs.

☆Lu Cavichioli disse...

É isso menina,vamoão s er o bolo que que a fila anda!

Viver cada minuto como se fosse p último, a vida é um sopro!

Adorei o texto, super bem conduzido, com grandes tiradas metafóricas e muita, mas muita reflexão nas entrelinhas.

Estava com saudade de vc!!

Ah, vc foi ler a carta que escrevi pra Clarice né? Gosto dela, porém não tenho grandes afinidades, assim como vc!

Venha sempre, visite o Escritos na Memória, estou postando uma série de ensaios sobre a releitura de um livro e por consequencia estou reescrevendo sob minha ótica.
Acho que vai gostar. Comenta lá.

http://escritosnamemoria.blogspot.com
obrigada lindona
super mega beijo

Anônimo disse...

Sabe? Eu sempre digo isso. Mas me falta coragem para muita coisa. E se 2012 chegar e eu não tiver feito tudo que planejei, isso vai me corroer.

Parabéns pela coragem.

Ei estou começando agora por aqui. Dê uma passadinha pelo meu ;*