segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Presságio

Primeiras linhas (demoraram a sair, mas saíram)

Nada nunca foi tão bom. E ela havia se acostumado as frustrações da vida.
Não era igual as pessoas que conhecia. Vivia sozinha, pelos cantos de sempre. Parecia andarilha, migrando de sombra em sombra, esgueirando-se entre ventos e chuvas de forma despretensiosa. Não queria ser notada, mas havia momentos em que ela desejava ser amada e ter alguém esperando por ela ao voltar pra casa. Por isso, arrumou um gato. Vadio. O maldito não ficava em casa e só aparecia quando sentia fome. Alisava seus tornozelos de forma esfusiva, passava a calda por suas pernas e ela retardava a entrega do alimento apenas para sentir aquele toque em forma de carícia. E daí que era por interesse. Eles se entendiam.
Diante da tv, ela imaginava o homem ideal, aquele que nunca iria existir. Delirava com frases perfeitas sussurradas em seus ouvidos e toques intensos na sua pele ainda por ser desbravada. Mas os arrepios existiam. Sempre existiram. E em noite de lua cheia, ela imaginava ser despida de forma arredia, afoita. Queria ter seus pulsos amarrados na cabeceira da cama. Ser dominada por impulsos esfuziantes. E ela pensava em Roberto Carlos e sua canção melosa "detalhes tão pequenos de nós dois" e era tudo que ela conseguia dizer antes de dormir.

O dia começava lá pelas oito e ela não tinha tempo para devaneios, precisava pensar nas suas atribulações de moça correta que se veste com cuidado para não chamar atenção, embora sua bunda tivessem curvas que pareciam dizer "me toca". Mas ela era recatada, moça direita. Nem sonhava com maledicências. Todos na cidade a cobriam de elogios e repetiam "ainda não apareceu um homem que mereça essa moça". Suas amigas de colégio estava casadas, tinhas filhos. Umas apanhavam do marido, outras eram traídas, mas Juliana não. Ela ainda esperava por coisa melhor.


Por enquanto é apenas isso. Estou trabalhando na Juliana, mas ela é uma personagem comum. Bastante comum que só quer ser amada. Vejamos se ela será.

2 comentários:

Karlinha Ferreira disse...

O mundo gira e coloca tudo no lugar...
As coisas irão melhorar...

Nada dura para sempre, logo a solidão também não.

Uma ótima semana!

Beijo

Suzana Martins disse...

Huum...

Gosto dos rascunhos e dos inícios.
Fico a espera!!

Beijos