Não sei ao certo se me classifico ou desclassifico.
Sei apenas que as vezes eu encontro rima para mim em alguns aspectos dessa minha trajetória... E ainda assim, não sei se me classifico ou desclassifico.
Curioso isso. Há dias em que o vento sopra forte através de mim e há dias em que o vento passa longe e eu simplesmente não sei por onde ele anda. Sei que está longe e pronto. Há dias em que a pele procura pelo vento a todo custo e não o encontra e há dias em que a pele nada procura e pronto: lá esta o vento.
Há dias de sombra e a gente se perde pela estrada e quando se encontra de novo; um novo tempo brilha diante dos nossos olhos. E vai entender essa tal ciência de passos e pés!
Eu sei que foi difícil chegar até aqui, reconhecer que eu tive tudo e não era feliz.
Eu fui pra São Paulo achando que era lá que estava a minha felicidade. Fiz faculdade, consegui emprego logo de cara. Conheci pessoas incríveis. Fui pra cima e para o alto. Foi tudo tão rápido.
Eu lembro que no começo, a cidade era um barato. Eu me perdia entre a Sé e a Liberdade e achava graça quando descobria os caminhos de volta. Fui parar do outro lado da cidade inúmeras vezes tentando chegar a USP e por duas vezes não consegui voltar pra casa. Mas foi assim apenas nos primeiros dias. Logo eu me adaptei e deixei de ser a menina do interior.
Quando dei por mim, já estava andando naquele ritmo alucinado e sem tempo pra mais nada. Trabalho, estudo. Estudo, trabalho. O ritmo foi aumentando, as horas encolhendo e eu fui deixando de ser quem eu era. Sete anos depois, estava deprimida e mergulhada em remédios.
Não foi a melhor parte da minha vida. Nem de longe.
Então eu parei tudo. Olhei no espelho e não reconheci aquela pessoa estranha que estava lá. Voltei pra casa, era pra ser apenas uma semana que virou um mês inteiro, depois mais outro e outro e já faz quase um ano.
Descobri que eu não sou urbana. Sou bicho do mato.
7 comentários:
Cassya, queridíssima, acabei de abrir meu blog e ler a notícia de que fui a vencedora e ganhei o exemplar da Lunna! Aiiii que tudo!
E parabéns pra ti, que ganhou o da Suzana!
Prazer e conhecê-lae vamos trocando figurinhas poéticas, ok?
Já sou tua seguidora e vou te add no Retratos.
supermegabeijo!!
Lu Cavichioli
São Paulo não é fácil.
Que bom que vc teve para onde correr.
Oi, pelo menos você não culpa a cidade só por perceber que vc não é urbana como muitos o fazem.
E para comprar o livro da Lunna, diretamente com ela e com frete gratuito até o dia 30 de setembro.
e-mail lunnaguedes@gmail.com.
Ps. Vc recebeu o livro da Suzana?
Sou meio urbana, meio bicho do mato, meio menina de asas, meio peixe fora d'água... Sou um pouquinho de cada coisa, somos todos assim.
E hoje, é um daqueles dias em que não sinto o vento, sei apenas que tenho que olhar dentro de mim e me procurar em algum lugar. Estou perdida dentro de mim!!
Beijos querida!^^
Há dias em que a pele procura pelo vento a todo custo e não o encontra e há dias em que a pele nada procura e pronto. Lá esta o vento.
é, sim. =]
acho q já passei por aqui, há bastante tempo...
“Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. “Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração.” Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível...” Otimismo é alegria “por causa de”: coisa humana, natural. Esperança é alegria “a despeito de”: coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce...”
(Rubem Alves)
Boa tarde, querida!!!
Fico feliz que esteja gostando do livro. Há sorrisos aqui em mim, por saber da sua leitura!!!
Obrigada pelo carinho!!
Beijos e boa leitura!!^^
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