segunda-feira, 11 de outubro de 2010

...tic tac: areia ou sal?

farol...
O tempo agarrava-se aos meus braços enquanto a vida passava por mim: pastoso a dificultar a minha progressão; como areia fina da praia que se agarra às pernas e não cai por si só… A chuva também não ajuda… E eu que pensava que a chuva lavava a alma como muitos dizem… Mas dizem tantas coisas, não é mesmo?

Comigo a maior parte das coisas que dizem não resulta…
Não mesmo.

Aquele sal que se agarra às minhas costas em sítios que não conseguimos chegar ficou lá; atravessei a ponte com o sal, sentindo enorme desconforto. Não liguei, mas soube que alguma coisa não estava bem e tentei ignorar… Mas ele está lá, o sal nas costas e o tempo nos braços: agarrado, espesso a puxar a pele…

E o tempo? Essa estranha metáfora. O que é o tempo quando estamos caminhando com o sal nas costas? É algo de eterno. Que dura. Que grita. Que passa ou finge que passa.

Queria sorrir, mas o peso do tempo e o sal das costas não me deixa estirar esta pele gasta, farta… Gretada. Por isso, estou aqui, esquecido entre um tic e um tac.

Um comentário:

francys disse...

Realmente deve ser incomodo esta sensação, de algo, que não te larga e fica ali até que você resolva definitivamente. A coisas se não resolvermos impreguina no nosso ser.
bjs